segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Livro Morangos Mofados de Fernando Caio Abreu

Tem livro que é excelente desde a capa. Maldita Guerra é um deles. O autor, Doutor Doratioto fez pesquisas durante 15 anos em arquivos e bibliotecas do Rio da Prata e da Europa. Só no Paraguai ele residiu durante três anos, por conta da pesquisa. Ele refuta a tese, adotada pela maioria dos historiadores, de que o Império Inglês teria tantos interesses na guerra que a fez desencadear. Ao longo do livro faz relatos minuciosos da luta e das implicações políticas, econômicas e sociais tanto no Império do Brasil, como na Argentina e Uruguai. O autor atribui e procura demonstrar que toda a responsabilidade pelo início da guerra é do General Francisco Solano Lopez. Ele nega os interesses ingleses, quando examina provas de que foi o exército de Solano que invadiu o Brasil, em 28 de dezembro de 1864 quando tomou o Forte Coimbra, no Mato Grosso.

Livronautas.com.br: Papel na cabeça

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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Papel na cabeça

Na contramão dos e-books, o site Clube de Autores expande seus negócios vendendo livros impressos sob encomenda.

Isto E Dinheiro - Por João VARELLA – 05/04/2013.

Numa época de ebulição dos e-books, com gigantes como Amazon, Apple e Google travando uma batalha feroz por esse mercado, uma empresa digital brasileira colhe bons resultados com o livro de papel. Criado há quatro anos pelos empresários Índio Brasileiro Guerra Neto e Ricardo Almeida, o Clube de Autores é um site que imprime obras sob encomenda para escritores independentes. O sistema funciona da seguinte forma: sem custo algum, a ferramenta permite a qualquer usuário diagramar seu livro, a partir de formatos pré-produzidos, e colocá-lo à venda no site. Se alguém comprar o produto, o Clube de Autores debita o custo de impressão do material, já com seu lucro embutido, e deposita a diferença na conta do escritor.

Por esse sistema, o autor tem total controle sobre seu trabalho, pois é ele quem determina o preço final do produto. “O Clube também não fica com nenhum direito autoral e o escritor pode sair do sistema quando quiser”, afirma Guerra Neto. Desde sua criação, a empresa já imprimiu livros para 21 mil clientes diferentes, numa tiragem total de 280 mil exemplares. Esses números atraíram a atenção do Fundo Santa Catarina, que acaba de investir R$ 1,8 milhão no site. Essa companhia é gerida pelo fundo Fir CapitalBZPlan, que, por sua vez, é controlado pela empresa brasileira Fir Capital. Os sócios da Fir Capital têm histórico de investimentos em companhias de tecnologia no Brasil, como a empresa de buscas Akwan Technology, vendida em 2005 para o Google. 

Entre seus acionistas está o Draper Fischer Jurvetson (DFJ), um dos maiores gestores de venture capital do mundo, com mais de US$ 5,5 bilhões em sua carteira de investimentos e participação em cerca de 550 empresas, entre elas Hotmail, Skype e Baidu. O dinheiro investido será usado no reposicionamento do Clube de Autores. O site se tornará a partir de agora também uma espécie de classificados para revisores e diagramadores, entre outros profissionais do mercado livreiro. “E isso independentemente das inovações tecnológicas pelas quais passar o objeto livro, pois em breve trabalharemos com arquivos multimídia”, afirma Almeida. Para o Fundo SC, criado em julho de 2011, o aporte representa o fim de um ciclo.

“Agora é esperar quatro ou cinco anos para receber o retorno do investimento”, diz Marcelo Wolowski, gestor do fundo. Além do Clube de Autores, a companhia – que já investiu R$ 12 milhões em start-ups – tem participação em outras quatro empresas brasileiras de tecnologia, como a Catamoeda, que faz máquinas coletoras de moedas que dão bônus aos clientes em compras em lojas, e a Axado.com.br, um comparador de preços de fretes de encomendas. No caso do Clube de Autores, Wolowski explica que a confluência entre tecnologia e mercado editorial foi determinante para a definição. “Os negócios nessa área têm crescido muito no País atualmente”, diz.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Amazon compra site de recomendação de livros Goodreads

SÃO PAULO - A Amazon, maior companhia de comércio eletrônico do mundo, anunciou a aquisição do site Goodreads, especializado em recomendação de livros. O valor do negócio foi mantido em sigilo pelas companhias.

Fundado em 2007 nos Estados Unidos, o site Goodreads possui pouco mais de 16 milhões de usuários cadastrados. O serviço reúne em torno de 30 mil clubes de livros. Nos últimos 90 dias, os usuários do site adicionaram em média quatro livros por segundo na lista de obras que querem ler.

Em comunicado, a Amazon informou que a Goodreads permite a consumidores descobrir e discutir obras e contribuiu para aumentar a audiência de novos autores. O serviço de indicações de livros contribuirá para o negócio de venda de obras literárias da Amazon.

Como parte do acordo, a sede da Goodreads permanecerá em São Francisco, no estado americano da Califórnia. A operação está sujeita à aprovação do governo americano. A expectativa é que a compra seja concluída no segundo trimestre.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Concurso Cultural Poesia Todo Dia

Participe do concurso cultural “Poesia Todo Dia”. Envie suas poesias e tenha a chance de vê-las publicadas em um livro e ainda ajudar a APAE. Vale até usar um pseudônimo! A AlphaGraphics editará um livro com as poesias selecionadas pela comissão julgadora. O livro também será colocado à venda no agBook e os direitos autorais obtidos com suas vendas serão revertidos à APAE, que fará parte do manuseio dos livros. Além disso, a AlphaGraphics divulgará os autores e suas poesias nas redes sociais diariamente*. 

Confira o regulamento em www.poesiatododia.com.br/regulamento

Imagem de Divulgação


quinta-feira, 25 de abril de 2013

EUA tentam emplacar biblioteca 'sem livros'

Usuários poderão usar seus próprios equipamentos ou tomar aparelhos emprestados na biblioteca pública que será aberta no condado de Bexar, no Texas Um condado do Texas vai abrir nos próximos meses uma das primeiras bibliotecas públicas dos Estados Unidos completamente virtuais, um tipo de banco de  informações onde as pessoas poderão acessar livros fazendo o download em seus próprios equipamentos ou pegando emprestado esses aparelhos eletrônicos.

O ambicioso projeto do condado de Bexar, que inclui a cidade de San Antonio, está sendo acompanho de perto por bibliotecários céticos. Alguns advertem que muitos títulos populares ainda não estão disponíveis em versões digitais para bibliotecas e são frequentemente mais caros que suas versões em papel. Outros dizem que experiências semelhantes acabaram com as pessoas pressionando para preservar os livros impressos.

Nelson Wolff, principal político do condado de Bexar, é um bibliófilo que tem cerca de mil primeiras edições de livros em sua coleção particular. Ele não possui um leitor eletrônico.
Mas disse que concluiu - motivado em parte ao ler a biografia do cofundador da Apple Steve Jobs - que a tecnologia está mudando rápido demais para se fazer investimentos em conhecimento impresso.
Ele sugeriu que Bexar eliminasse a presença dos livros. O condado não conta com um sistema integrado de bibliotecas, mas decidiu abrir uma instalação digital para atender seus moradores em áreas com cobertura precária de bibliotecas. "Eu sou o tipo de pessoa que gosta de ter o livro nas mãos", disse Wolff. "Mas também admito que sou meio um dinossauro."

O lugar, que será aberto nos próximos meses perto da Prefeitura de San Antonio, terá cerca de 10 mil títulos e 150 leitores eletrônicos para os clientes consultarem, incluindo 50 para crianças. A biblioteca permitirá aos usuários acessarem os livros remotamente e contará com 25 laptops e 25 tablets para uso interno, assim como 50 computadores. Terá também sua própria cafeteria.
A equipe também vai ajudar os usuários com questões técnicas, mas não contará com assistentes de pesquisa. Autoridades do condado, que estimam um custo inicial de US$ 1,5 milhão para o projeto, acreditam que o custo total será mais baixo que o de montar uma biblioteca tradicional, e analisam abrir novas unidades.

O plano da biblioteca não gerou muitas críticas por parte da população, mas criou tensão entre as autoridades de San Antonio.

"Não estamos prontos para ir em direção às chamadas bibliotecas sem livros", diz Ramiro Salazar, diretor da biblioteca pública de San Antonio, que disse ter ficado surpreso ao ser informado dos planos do condado pela imprensa local. "Nossa experiência mostra que a demanda por livros impressos continua existindo e, na verdade, está crescendo."Algumas faculdades começaram com as bibliotecas completamente digitais, incluindo a Universidade do Texas, em San Antonio, que foi uma das primeiras a tornar-se 100% digital em 2010 com a sua Biblioteca Aplicada de Engenharia e Tecnologia.

Mais de 75% das bibliotecas públicas dos EUA oferecem alguns livros digitais e 39% emprestam leitores eletrônicos a seus usuários, de acordo com a Associação Americana de Bibliotecas. Mas a ideia de migrar completamente para os livros digitais tem avançado lentamente, em parte porque editores temerosos de perder vendas com as versões impressas estão cautelosos em oferecer às bibliotecas novos títulos no formato digital e cobram mais delas por livros digitais que podem ser emprestados.

As bibliotecas do condado de Douglas, que atendem mais de 300 mil pessoas nos subúrbios de Denver, no Estado do Colorado, compilaram uma lista de títulos populares,seus preços e sua disponibilidade no formato digital para informar a colegas bibliotecários e ao público sobre as dificuldades para migrar para os livros digitais. Um relatório do mês passado mostrou que metade dos 20 livros que encabeçam a lista da Amazon.com não é oferecida pelas editoras às bibliotecas que emprestam os títulos a seus usuários.
Os livros disponíveis custam significativamente mais que as edições físicas: o líder de vendas "50 Tons de Cinza" custa US$ 47,85 em dois grandes fornecedores de livros digitais para bibliotecas, a 3M e a OverDrive, frente aos US$ 9,57 cobrados pelo mesmo livro impresso na distribuidora Baker & Taylor, segundo o condado.

"Um dos maiores desafios que a maioria das livrarias enfrenta hoje, especialmente com livros digitais, é que os orçamentos foram mantidos ou reduzidos e a maioria dos usuários não entende porque nós não podemos oferecer esses títulos", disse Maureen Sullivan, presidente da Associação Americana de Livrarias.
A 3M e a OverDrive reconhecem que preço e disponibilidade permanecem sendo questões para as bibliotecas, mas dizem que a situação melhorou notoriamente nos últimos dois anos.

Wolff, do Condado de Bexar, disse que o esforço no Texas enfrenta desafios, como o custo de substituir os leitores eletrônicos danificados. Mas ele diz acreditar que uma biblioteca que oferece apenas livros digitais precisará de menos espaço físico. "Nunca estivemos neste negócio antes", disse. "Mas acreditamos que esse é um jeito viável de trazer mais livros para as pessoas."

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Graciliano Ramos será o autor homenageado na Flip de 2013

Graciliano Ramos será o homenageado da 11ª Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que será realizada entre os dias 3 e 7 de julho de 2013.

No próximo dia 27 de outubro se completam 120 anos do nascimento do autor, natural de Quebrângulo, Alagoas. Escritor, jornalista e político, Graciliano Ramos teve uma vida em que a literatura e a política se entrelaçaram e, não raro, as convicções e atividades políticas inspiraram suas obras de forte conteúdo social. Memórias do Cárcere revela sua amarga experiência no período em que esteve preso durante a ditadura de Getúlio Vargas, em 1935, acusado de subversão. Vidas Secas, um de seus mais celebrados trabalhos, retrata, por meio de um relato indignado, as agruras dos retirantes nordestinos castigados e humilhados pela seca.

“A crítica da sociedade e a autocrítica do artista estão ligadas na obra de Graciliano Ramos. A reflexão sobre as implicações éticas da escrita resulta, em seus livros, numa constante avaliação e revisão dos próprios procedimentos. Em vez da prosa documental de tantos autores engajados do mesmo período, o que se vê então é uma obra em que o próprio compromisso político conduz à experimentação, pois está vinculado a um espírito crítico rigoroso e hostil ao dogmatismo”, assinala Miguel Conde, curador da 11ª Flip, ao explicar a escolha do homenageado.

De acordo com Mauro Munhoz, diretor-geral da Flip, a escolha de Graciliano Ramos como homenageado se traduz não apenas nas atividades durante o evento mas, também, na estreita aproximação do autor e de sua produção literária com a comunidade local durante todo o ano. “Os alunos das escolas de Paraty vão estudar a vida e a obra do autor desde janeiro do ano que vem e serão realizadas ações permanentes para que moradores e visitantes de Paraty possam ter uma proximidade ainda maior com esse importante escritor”, explica Munhoz, que também preside a Associação Casa Azul, entidade realizadora da Flip.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Morte Súbita – J K Rowling

Barry Fairbrother presidia o “Conselho” da cidade de Pagford. Teve um AVC e morreu quando chegava no restaurante, onde fora jantar com Mary. Isso causou um reboliço na elite dos habitantes de Pagford devido as questões de interesse político e social, como a separação da vila Fields, que era politicamente ligada à Pagford e administrada pelo “Presidente” do Conselho.


A agitação acontecia porque, antes mesmo do “defunto esfriar” começa a disputa entre os candidatos ao cargo de “Presidente do Conselho” que ficou vago pela Morte Súbita de Barry.

A eleição se desenrola com muitas traições, tráfico de influência, maldades e escândalos como é próprio do período eleitoral. Esta foi a maneira divertida que J K Rowling achou para desconstruir cada uma das candidaturas.

Mas, o reconhecido, aplaudido e invejado talento da autora, em seu primeiro romance para adultos, elaborou um roteiro demasiadamente extenso (501 páginas), empanturrado por 21 personagens importantes que, por vezes, fizeram de Morte Súbida uma história cansativa, pouco criativa, senão chata. Os personagens da “família” Wedoon, entraram “de carona” no enredo para dar um toque "politicamente correto" sobre o tráfico e uso de drogas. O titulo que a editora adotou para a edição em português não tem nada a ver com o original “The Casual Vacancy”. Um discreto lance de marketing criado pela editora porque “Morte Súbita” – aparentemente - atrai muito mais leitores que “A Vaga Ocasional”.

Na verdade a história é sobre a vaga surgida ocasionalmente no “Conselho da Cidade” e não sobre a morte de Barry Fairbrother. Dane-se o leitor. A autora é excelente, mas não se pode dizer o mesmo deste livro. Foi ela quem escreveu os 7 livros de Harry Potter, que entre 1997 e 2007 vendeu 450 milhões de exemplares, em 200 diferentes países, editados em 73 idiomas.

É isso: autora fantástica, livro ruim.

Livronautas.com.br não vende nem compra livros. É um site sem fins empresariais. Foi desenvolvido para internautas que gostem de leitura e não tem qualquer ligação com editoras, autores, vendedores, organizadores de eventos literários, gráficas, livrarias, distribuidores, atacadistas ou sebos.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Autor Daniel Galera

Daniel Galera, autor do excelente “Mãos de Cavalo” reapareceu no final de 2012 com o espetacular “Barba Ensopada de Sangue”. 
Galera conta a história do neto de Gaudério, um gaúcho tosco, metido a valente, namorador incorrigível, rude, cantador de festa, que morreu afogado na praia de Garopaba, pertinho de Floripa. Mas sua morte nunca foi bem explicada. Daniel Galera constrói com muita graça, propriedade e notável talento o personagem principal como um excelente professor de educação física, apaixonado por natação. 
Ele morava em Porto Alegre e se dera mal no casamento. Sua mulher Viviane o abandona para viver com Dante, que era irmão do professor. Nessa mesma ocasião, o pai do nadador se suicida. O Professor então vai buscar tranqüilidade e solidão para digerir isso tudo e se muda para Garopaba, onde se desenrola o resto do romance. 
Claro que ele se depara com outros personagens como Dália, uma periguete arrependida, Bonomo um desatualizado maluco beleza, uma cachorra aleijada de nome Beta, além de seus novos alunos na academia de Garopaba onde passa a dar aulas. Sua história segue divertida, gostosa, as vezes dura e incompreendida, mas com um final surpreendente. Barba Ensopada de Sangue é um excelente livro, comentado nesta semana no site www.livronautas.com.br. O site não tem qualquer ligação com editoras, autores, vendedores, organizadores de eventos literários, gráficas, livrarias, distribuidores, atacadistas ou sebos, mas pesquisamos preços porque livros aqui no Brasil são muito caros. Encontramos o livro do Daniel Galera no Supermercado Extra por RS $ 25,90, no Ponto Frio por R$ 23,05, Livraria da Folha R$ 31,50, Portal dos Livros R$ 38,39, Submarino R$ 34,11, Fnac R$ 26,00 e Saraiva R$ 27,70. Não adianta procurar preço para este livro nos Sebos, porque sendo um livro recém editado, não tem boas ofertas nos Sebos...

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

1968 O Ano Que Não Terminou

Uma historia romanceada dos acontecimentos políticos e sociais que aconteceram no Brasil, durante e após o ano 1968. Ano célebre, marcado na Europa pelo movimento estudantil de Paris, liderado por Daniel Coen Benedict , foi o ano do recrudescimento do golpe de estado, que os militares brasileiros chamavam de revolução de 64. Aqui, o ditador Marechal do Exército Arthur da Costa e Silva, pressionado pelo Alto Comando das Forças Armadas, editou o AI-5, que endureceu a vida política, fechou o Congresso, demitiu juízes, permitiu prisões arbitrárias, praticou vergonhosas torturas e perseguição implacável dos inimigos da revolução, também chamados de subversivos, ou comunistas.

Assim é o novo livro do acervo Livronautas. Seu titulo: 1968 O Ano Que Não Terminou conta como fora 1964 – ano do golpe de estado que os militares brasileiros chamaram de revolução. Em 68 recrudesceu a raiva, a vingança, a ignorância, a prepotência, a arrogância e a estupidez dos militares. 
Foi na esteira dos acontecimentos do mês de maio de 68, em Paris, onde Daniel Coen Benedict liderava ruidosas e agressivas passeatas de estudantes que bradavam por mudanças sociais, políticas e estudantis. Os estudantes franceses conseguiram. Os estudantes brasileiros, no mesmo ano, foram presos e muitos torturados.

Segundo o livro de Zuenir Ventura - 1968 começou embalado numa festa de réveillon na antológica mansão carioca de Heloísa Buarque de Holanda. E não teve mais fim. Zuenir, testemunha da festa e de tudo o mais, relata o início dos anos de chumbo.

O autor mistura – com estilo e competência – as entrevista com os protagonistas, documentos, com suas próprias memórias, sem mágoas das vivências nem o ranço dos sofrimentos que passou quando preso.

Além da política propriamente dita, o livro trata com muita propriedade das evoluções, involuções, conquistas, avanços e atrasos sociais, culturais e educacionais como as discussões sobre sexo nas salas de aula, o avanço da moda que era reflexo da rebeldia dos jovens, as discussões sobre as artes, o uso da pílula anticoncepcional, que provocou mudanças extremas no comportamento da mulher brasileira; o uso da maconha na classe média alta, muitas vezes até como forma ideológica, os inconvenientes da religião, embora determinadas alas da igreja católica tenham optado pelas estranhas comunidades eclesiais de base, a necessidade cultural da leitura dos comunistas consagrados Karl Marx, Trotsky e Guevara.

De resto, Zuenir conta muito sobre a censura, punição, cassação, tortura, exílio e repressão dos inimigos da revolução.
A leitura, embora por vezes romanceada (e bem) é indispensável para se entender a vida de políticos, de militares, de professores, empresários, estudantes, funcionários públicos, artistas, trabalhadores privados, profissionais liberais, a mídia como um todo e cidadãos comuns no Brasil entre os anos 1964 – 1985.

O livro é excelente. O autor num livro anterior "Pecado da Inveja", romancinho mediano, não teve nenhum sucesso. Todavia, neste "1968 O Ano Que Não Terminou" esbanjou talento de repórter, de escritor e muita competência.

Este livro está esgotado nas principais livrarias do Brasil. Quando se consulta o preço no Buscapé, as livrarias informam que é livro esgotado. Por certo, foi editado em 2008. Mas pode ser encontrado nos sebos que vendem através da internet, o preço varia de
R$ 5,00 a R$ 40,00 mais frete.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Diálogos Impossíveis de Luis Fernando Veríssimo

Diálogos Impossíveis, do inimitável Luis (com S) Fernando Veríssimo é livro que acaba de entrar no Livronautas, porque o livro está bombando nas pilhas dos mais vendidos das livrarias.
Gaúcho diria que é um baita livro. Livro porreta diria o baiano. É mesmo.
Veríssimo é um humorista de primeira categoria. Ao longo de sua carreira criou muitos personagens, sobre os quais se falava como se fossem pessoas e não personagens. Isso não se pode conseguir sem a alavanca da mídia escrita e da televisão aberta. Mas, é preciso muito talento para o autor chegar neste patamar. Luiz Fernando Veríssimo chegou. Em Diálogos Impossíveis não poderia ser diferente. Trata-se de uma coletânea de 45 pequenas histórias, entre elas as duas melhores são: "Paula" (sobre uma dedicadíssima agente secreta); e "Tapa-Olho" ( sobre o grande mistério da vida de Cliomar, o namorado de Suzy). Leitura fácil, gostosa e, claro - bem humorada. 

Agora veja quanto está custanto este livro em janeiro de 2013.R$ 22,50 na Livraria da Folha, R$ 23,50 na Siciliano R$ 23,50 na Saraiva
R$ 22,00 na Travessa R$ 25,00 e R$ 22,41 no Submarino Já nos sebos que vendem através da internet, o preço varia de R$ 20,00 a R$ 24,00 mais frete.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Justine, primeiro livro do Quarteto de Alexandria

Um clássico do indiano Lawrence Durrell, está classificado na Livronautas como livro "muito bom", embora romances sobre temas da paixão e do amor, quase sempre são maçantes porque as histórias adquirem a consistência do açúcar, e como tal, podem causar enjoos pelo excesso de doçura. No entanto, Justine parece contrariar esta afirmativa. (Os outros três volumes são: Balthazar, Mountolive e Clea.) Durrell criou a personagem Justine como uma verdadeira egípcia de Alexandria dos anos 1930/1940: rica, bonita, sensual, misteriosa, judia e muito feminina. Nessim, seu marido, outro personagem marcante, nada possessivo e apaixonado, que sabia conviver, como um verdadeiro egípcio, com sua linda mulher, de comportamento, digamos, multi- amoroso. Leitura diferente até pela estrutura do romance. Não parece que a história de Justine vá continuar pelos outros três volumes, o que também é bom e diferente daqueles livros de puxa-estica só para render três, quatro, cinco ou dez livros.

Se o autor, Lawrence Durrell, que morreu aos 78 anos de idade, na França, no ano de 1990, estivesse vivo certamente não entenderia porque os seus quatro livros mais importantes, custam tão caro no Brasil. O Quarteto de Alexandria, no início de janeiro 2013 custava R$ 139,90 na Livraria da Folha, R$ 144,42 na Cia dos Livros, R$ 169,00 na Siciliano e na Saraiva, R$ 181,00 na Travessa e, pasmem, R$ 227,05 no Submarino. Já nos sebos que vendem através da internet, os quatro livros são encontrados por preços de R$ 25,00 até R$ 60,00 mais frete.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Livro Enquanto Água de Altair Martins


De quando em vez surgem livros de crônicas ou de contos. Geralmente são ruins. O gênero "conto" ou "crônica" é como "estágio" de universitário ou como a "residência" dos que estudam medicina. Bons contistas ou cronistas, muitas vezes, viram excelentes escritores. Por óbvio. Ninguém é escritor se não for um bom contador de casos e de histórias. Conto e crônica são histórias breves. Livros apresentam histórias grandes, muitos personagens e muitos cenários. Escritor de romance precisa de talento. Ao cronista basta saber manipular bem o idioma. Talvez, por isso os melhores e mais festejados escritores escrevem romances. Histórias inteiras, completas, não necessariamente longas ou compridas. Aliás, nunca se viu um contista ou um cronista receber o prêmio Nobel, o Pulittzer ou o Premio da Academia Francesa de Literatura.

"Enquanto Água", como livro de crônicas é uma das raras e caras exceções. Altair Martins tem talento (além de preparo) e demonstra isso na construção de seus personagens com finuras leves, inteligentes, movimenta-os com emoção. Rubem, o auxiliar de Pastor que se apaixona e dorme e foge com a mulher do pescador e o cachorro Mundinho, são personagens do conto "margem futura" e transitam muito bem no primeiro conto. O livro é bom. O autor melhor que o livro.