terça-feira, 7 de junho de 2011

Livro Lendo Lolita em Teerã de Azar Nafisi

A história de sete ex-alunas que a professora-autora Azar Nafisi reunia em sua casa para fazerem a leitura de obras proibidas na Universidade de Teerã. As reuniões eram semanais e no início as alunas eram muito tímidas, demonstravam medo e angustia pelo que estavam fazendo, mas ao longo do tempo elas passam a falar de suas vidas pessoais, seus sonhos, suas tristezas.


Azar Nafisi nasceu no Irã em 1947. Doutora em literatura inglesa pela Universidade de Oklahoma. É escritora e jornalista do New York Times, The Washington Post e The Wal Street Jornal. Em 1979, com a derrubada da ditadura do Xá Reza Pahlevi e a instituição da Republica Islâmica do Irã retornou ao país e conseguiu a função de professora de literatura na Universidade de Teerã, de onde - mais tarde - foi expulsa por se recusar a usar o véu.
Lendo Lolita em Teerã é seu grande sucesso, traduzido para 32 idiomas e constante, durante 30 meses consecutivos, da lista “dos mais vendidos” do New York Times.


Trecho do Livro: Fiquei esgotada depois da aula. Saí rapidamente, como se tivesse um compromisso importante. Não tinha nada para fazer. Coloquei meu casaco, chapéu e luvas e saí. Não tinha nenhum lugar para onde ir. Nevara muito naquela tarde, e depois o sol iluminara os montes de neve branca, fresca e limpa. Quando eu era criança, antes de me mandarem para a Inglaterra, eu tinha uma amiga, uma amiga de infância que eu amara muito, bem mais velha que eu. De vez em quando, nós caminhávamos por um longo tempo pela neve. lamos até nossa confeitaria predileta, na qual havia deliciosos sonhos de creme. Comprávamos os sonhos e voltávamos para a neve, nós os devorávamos enquanto conversávamos bobagens e caminhávamos e caminhávamos.

Saí da universidade e fui caminhar pela rua das livrarias. Com chapéus de lã enfiados sobre as orelhas, os vendedores de rua haviam aumentado o volume dos seus aparelhos de som e balançavam o corpo para se manterem aquecidos. Caminhei pela rua até que as livrarias deram lugar a outras lojas e a um cinema que frequentávamos quando éramos crianças, mas que agora estava fechado. Tantos cinemas foram incendiados durante aqueles dias gloriosos da revolução! Continuei minha caminhada até chegar à praça Ferdowsi, assim nomeada em homenagem ao nosso maior poeta épico. Teria sido neste lugar que eu e minha amiga paramos para rir naquele dia, enquanto saboreávamos nossos sonhos de creme?

Com o tempo, a neve ficou suja pela poluição de Teerã; minha amiga foi para o exílio e eu voltei para casa. Até então, a ideia de pátria tinha sido amorfa e ilusória; ela se apresentava em relances torturanntes, com a familiaridade impessoal de velhas fotografias de família. Mas todos esses sentimentos pertenciam ao passado. A pátria se transformava constantemente bem diante dos meus olhos.

Senti que perdia alguma coisa naquele dia, que lamentava uma morte que ainda não tinha acontecido. Senti como se tudo fosse essmagado, como pequenas flores selvagens, para dar lugar a um jarrdim mais elaborado, onde tudo seria controlado e organizado. Nunca tivera essa sensação de perda quando estudava nos Estados Unidos. Naqueles anos, meu anseio estava certamente ligado àquele lar, àquela pátria que era minha, para a qual eu poderia voltar na hora que quisesse. Só depois que retomei foi que compreendi o verrdadeiro significado do exílio. Enquanto caminhava por aquelas amadas ruas, ternamente relembradas, senti que esmagava as memórias que jaziam no caminho.

Fiquei esgotada depois da aula. Saí rapidamente, como se tivesse um compromisso importante. Não tinha nada para fazer. Coloquei meu casaco, chapéu e luvas e saí. Não tinha nenhum lugar para onde ir. Nevara muito naquela tarde, e depois o sol iluminara os montes de neve branca, fresca e limpa. Quando eu era criança, antes de me mandarem para a Inglaterra, eu tinha uma amiga, uma amiga de infância que eu amara muito, bem mais velha que eu. De vez em quando, nós caminhávamos por um longo tempo pela neve. lamos até nossa confeitaria predileta, na qual havia deliciosos sonhos de creme. Comprávamos os sonhos e voltávamos para a neve, nós os devorávamos enquanto conversávamos bobagens e caminhávamos e caminhávamos.

Saí da universidade e fui caminhar pela rua das livrarias. Com chapéus de lã enfiados sobre as orelhas, os vendedores de rua haviam aumentado o volume dos seus aparelhos de som e balançavam o corpo para se manterem aquecidos. Caminhei pela rua até que as livrarias deram lugar a outras lojas e a um cinema que frequentávamos quando éramos crianças, mas que agora estava fechado. Tantos cinemas foram incendiados durante aqueles dias gloriosos da revolução! Continuei minha caminhada até chegar à praça Ferdowsi, assim nomeada em homenagem ao nosso maior poeta épico. Teria sido neste lugar que eu e minha amiga paramos para rir naquele dia, enquanto saboreávamos nossos sonhos de creme?

Com o tempo, a neve ficou suja pela poluição de Teerã; minha amiga foi para o exílio e eu voltei para casa. Até então, a ideia de pátria tinha sido amorfa e ilusória; ela se apresentava em relances torturanntes, com a familiaridade impessoal de velhas fotografias de família. Mas todos esses sentimentos pertenciam ao passado. A pátria se transformava constantemente bem diante dos meus olhos.

Senti que perdia alguma coisa naquele dia, que lamentava uma morte que ainda não tinha acontecido. Senti como se tudo fosse essmagado, como pequenas flores selvagens, para dar lugar a um jarrdim mais elaborado, onde tudo seria controlado e organizado. Nunca tivera essa sensação de perda quando estudava nos Estados Unidos. Naqueles anos, meu anseio estava certamente ligado àquele lar, àquela pátria que era minha, para a qual eu poderia voltar na hora que quisesse. Só depois que retomei foi que compreendi o verrdadeiro significado do exílio. Enquanto caminhava por aquelas amadas ruas, ternamente relembradas, senti que esmagava as memórias que jaziam no caminho.

Mais informações sobre o Livro Livro Lendo Lolita em Teerã - Clique Aquí
Briografia da autora Azar Nafisi - Clique Aquí

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