sexta-feira, 22 de abril de 2011

Livro Resistência de Agnès Humbert

No primeiro momento o leitor www.livronautas.com.br tem a impressão de que se trata de mais um livro sobre a 2ª Guerra Mundial. A produção literária de autores, principalmente judeus, sobre este tema inundou o mundo entre os anos 50 e 60. Inclusive no Brasil. Consta que a Livraria Amazon, dos EUA, catalogou a existência de 54.673 livros sobre a 2ª Guerra Mundial.

O leitor poderá achar curioso que o livro de Agnès Hubert possua 69 páginas de “Post Facio”. Assim, Resistência, livro muito bom no conceito livronautas pode parecer mais do mesmo. Essa mesmice é um tanto difícil de ser entendida, revivida ou bem compreendida pelos brasileiros porque - com exceção de uns poucos combatentes – o Brasil não sofreu os horrores da guerra, salvo pelos “pracinhas” que foram enviados à Itália quase no final da guerra. Mandar brasileiros para a 2ª Guerra Mundial foi um acerto político que Getúlio Vargas – o ditador de plantão – fez com o Presidente Roosevelt. Naquela ocasião, os americanos aprovaram uma lei chamada Lend-Lease Act, que era um instrumento “legal” pelo qual os Estados Unidos forneceriam ajuda econômica, financeira e tecnologica aos países que declarassem guerra à Alemanha. Armado o negócio, o Brasil tomou o financiamento para montar a fábrica “Companhia Siderurgica Nacional” e mais uns outros financiamentos para a infraestrutura industrial do país. Negócios, sempre negócios.

Mas, na Europa, principalmente na França e Inglaterra a história era outra. Lá o povo sofreu de verdade, passou necessidades, fome e muitos morreram lutando nas frentes de batalha, nos massacres e assassinatos em massa quando os alemães invadiam suas vilas e cidades, ou ainda, através dos assustadores bombardeios da aviação alemã.

Resistência é a transcrição das anotações que fez a autora, logo após o final da guerra (originalmente foi editado em 1946) é um comovente diário, que se inicia em Paris, no dia 7 de junho de 1940 e termina em 11 de junho de 1945. O relato é cru, brutal e nojento tanto na descrição dos massacres dos prisioneiros, como pelo desmoronamento da falsa eficiência nazista. Por vezes se parece com a narrativa do Jonathan Littel, em As Benevolentes. Só que Littel fez uma obra de ficção, enquanto Agnès Humbert escreveu a história de seu próprio sofrimento e da maior parte de sua existência.

O livro começa quando da invasão da França pela Alemanha de Hitler. Daí em diante muda totalmente a vida da historiadora de arte e de seus colegas de profissão que trabalham no Museu do Homem em Paris. Agnès fundou um dos primeiros grupos de resistência francesa, que foi o jornal Résistance. Em 1941 todo o grupo é traído por um espião infiltrado no grupo e eles são presos e entregues à Gestapo.

Os homens foram fuzilados e as mulheres foram deportadas para a Alemanha como trabalhadoras escravas. A narrativa fala também das humilhações sofridas pelos soldados franceses aprisionados e tratados como animais. Todo o livro é um testemunho vigoroso da oposição à ocupação nazista da França e dos desdobramentos trágicos que culminaram em prisão, deportação e mesmo execução daqueles que militaram contra o governo de Vichy. Governo de Vichy foi a denominação do governo do Primeiro-Ministro Philipe Pétain, com sede em Vichy. No prefácio da edição brasileira de Resistência, assinado por Marina Colassanti consta que as mulheres sempre perdem a guerra. Agnès Humbert provou o contrário.

Autora Agnès Humbert
As memórias de Agnès Humbert começam no Palácio Chaillot em 7 de julho de 1940 na época da invasão de Paris pelo exército de Adolf Hitler, que acabou por dividir o território Francês em duas partes. Uma parte era administrada pela Alemanha, com sede em Paris e a outra pelo Primeiro-ministro Philipe Pétain, com sede em Vichy. Agnès, historiadora da arte e etnógrafa, junto com uns poucos intelectuais criou o movimento chamado Resistência. Em meio caminho de sua atividade foi presa pela polícia alemã, condenada e enviada para trabalho escravo em território alemão, onde permaneceu até a chegada dos aliados, em 11 de junho de 1945.

Pouco antes de morrer, Agnès Humbert, mulher que só trabalhou no Museu de Belas Artes da França, foi condecorada com a Medalha de Guerra, como reconhecimento do Governo Francês pelo seu sacrifício pessoal, sua inteligência, valentia que ela demonstrou em favor de seu país. E aqui no Brasil, no período entre 1964 e 1985, uma mulher que sofreu torturas físicas, foi presa durante três anos sob acusação de subversiva e terrorista, porque tinha idéias politicas opostas ao militares ditadores. Em 20011 ela é a Presidenta do país. Se Agnès Humbert tivesse se candidatado ao governo da França teria vencido as eleições contra o Marechal De Gaulle? Os 29 livros de ciência política, 56 livros de história, 24 de jornalismo e 18 de sociologia todos com resenha e comentário no www.livronautas.com.br darão embasamento ao leitor para conhecer melhor a história da vida recente no mundo.

Livros de História - Clique para Visualizar
Livros de Sociologia - Clique para Visualizar
Livros de Ciência Política - Clique para Visualizar

Resistência, livro que tem conceito “muito bom” da Livronautas, relata uma história brutal e triste, mas de muita emoção onde o leitor constata que sempre vale a pena acreditar nos sonhos, nos ideais e que se deve ter coragem para viver e para vencer.

Conheça mais sobre este e outros livros acessando www.livronautas.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário