segunda-feira, 9 de maio de 2011

Livro O Encontro de Anne Enright

Autora Anne Enright
Anne Enright, no livro O Encontro, fez um texto que incomoda, desconforta e causa aflição ao leitor descuidado. Ela conta sobre a angústia e o sofrimento de toda a família Hegarty, que foi obrigada a se reunir para as cerimônias fúnebres de Liam, o irmão mais próximo de Verônica. Ela, que tem duas filhas, é o personagem narrador do drama que envolve sua avó, Ada, sua mãe, alguns de seus tios, e seus outros irmãos. Nesse clima é que acontece o encontro. O romance, embora um retrato de esperança e dor é ao mesmo tempo irado e vibrante. Mas não é uma leitura fácil. Está mais para prêmio de literatura que para contar uma boa história. Até agora o conceito do livro no site Livronautas é mediano.

Anne Enright é irlandesa de Dublin, nascida em 1962. Graduada em filosofia pelo Trinity College. Jornalista e escritora trabalhou no The Guardiam, New Yorker e London Review Of Books. Ganhou o Booker-Prizze de 2007. Ele já desfilou pela FLIP, sem grandes sucessos.

Livro O Encontro
Acompanhe este trecho do livro copiado do site Livronautas:

Então aqui estão todos, indo à corrida, finalmente. É segunda feira depois da Páscoa e todos os carros de Dublin estão indo à Feira em comboio, há coletivos alinhados pela rua O'Connell e trens partindo a cada vinte minutos da estação de Broadstone.

Os dias sem graça da Quaresma terminaram, a missão da Legião triunfou, os bordéis foram desbaratados pela polícia, aspergidos com água benta, comprados por Frank Duff e fechados. Uma grande procissão religiosa foi realizada e uma cruz levantada na rua Purdon por ele próprio, que subiu numa mesa de cozinha e bateu o prego com um martelo surpreendentemente grande. Vinte garotas foram decantadas no albergue Saneta Maria e desintoxicadas sob todos os aspectos. Todos tinham rezado dia e noite, noite e dia até se encherem, a cidade inteira estava por aqui com aquilo, tinham aceitado as cinzas, beijado a cruz e sentiam-se verdadeiramente, profundamente, espiritualmente limpos: o dia de Páscoa amanhece, damos graças ao Jota, e depois que todos comeram, riram e olharam as flores, vão para a cama e fazem amor (faz um tempão, quarenta dias) e dormem bastante, e aí, na manhã seguinte, saem todos para a corrida.

É a segunda-feira de Páscoa, uma época ainda branda. É o dia em que Cristo diz "Noli me tangere" para a mulher no horto. Não me toque. É cedo demais. Cedo demais para ser tocado.

Ah, Nolly May.

Se bem que talvez Ada faça alguma tentativa. Talvez ela esqueça, por um momento, que é Charlie que ela vai amar para todo o sempre e aproveite ao máximo com Nugent. Foi ele que a convidou, afinal; que ficou depois da missa, que mencionou a possibilidade do passeio. Claro que ela iria de qualquer jeito, portanto não é tanto um encontro amoroso que ele está sugerindo, mas uma carona.

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